quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sophia - 7° parte

Maggory saiu do castelo e foi à procura do médico real, para avisá-lo do recente ocorrido. Chegando ao consultório, Maggory bateu desesperadamente na porta, mas ninguém respondeu. Parando lentamente de bater na porta, Maggory ouviu algo que vinha de dentro do consultório, algo como uma conversa. Então Maggory aproximou os ouvidos da porta para tentar captar alguma coisa, ele reconheceu a voz do médico real, mas a outra voz não lhe era familiar - A outra voz era de Crewbe, o querido vassalo de Zhana e sim, o médico real era um dos seus capangas – Maggory ouviu apenas um pouco da conversa entre o capanga e o vassalo de Zhana, alem do mais havia um empecilho entre os ouvidos de Maggory e a conversa misteriosa, uma enorme porta de granito vermello.
Maggory com toda sua incapacidade de fazer o mal, não conseguiu crer naquilo que ouvira. Não podia imaginar que o médico real era um capanga de Zhana. Alguém tão antigo no castelo e que transbordava tanta confiança, como pode trair o Grande Reino dessa forma? Era a verdade, a mais pura e clara verdade, o medico real era um traidor, infame e mentiroso. O desejo do coração de Maggory era de derrubar aquela enorme porta de granito vermello e arremessar o médico real contra a parede, com força capaz de quebrar sua coluna. É claro que para Maggory isso ficaria apenas na vontade, embora fosse um homem extremamente forte não tinha vocação para a fama de vingador ou de assassino ele era um empregado não um soldado do rei. Então Maggory se virou e voltou correndo para o castelo, passou pelo salão real e pela cozinha e foi direto ao Centro de Comandos dos Soldados Reais, lugar onde ficavam instalados a maioria dos guardas, soldados e seus comandantes, inclusive o capitão de todos os soldados do Grande Reino, Sr. Edwim McKlein, amigo e primo do rei Valério V. - Sr. Edwim, homem de imensa confiança e bondade, sem falar no seu enorme senso de justiça, há anos lidera os soldados do rei e nunca o desapontou, casou-se cedo com uma linda jovem que infelizmente morreu ao dar à luz a Allekh seu primeiro e único filho, dizem que nunca se viu um homem chorar tanto como no dia da morte de sua esposa, porem não se deixou levar se reergueu e cuidou de seu filho. - Maggory foi ate Sr. Edwim para lhe informar o ocorrido com a rainha e também sobre o crime de traição do médico real.
Maggory chegou até o gabinete de Sr. Edwim bateu na porta que já estava aberta, porem Sr. Edwim estava distraído e não percebeu, Maggory pigarreou alto e disse:
- Com licença Sr. Edwim...
- Olha quem está aqui em meus aposentos, Maggory! Não venha me dizer que aceitou aquele convite de entrar para o exercito real?
- Perdoe-me, mas vou recusar o convite.
- Nunca se sabe Maggory, mas deixa isso pra lá, o que veio fazer aqui?
- Aconteceu algo terrível com a rainha! – Maggory bateu sobre a mesa e gritou - Mande alguém ir até a terra das Grandes Areias para avisar o rei sua esposa sofreu algum tipo de acidente. Ande o que está esperando?
- Espere Maggory! – Disse Edwim levantando-se e aumentando o tom de voz – Sente-se e acalme-se! Mandarei Alguns soldados até a terra das Grandes Areias para avisar o rei, mas primeiro conte-me esta historia direito!
Maggory sentou, mas não se acalmou.
- Eu não sei bem o que aconteceu, de repente e alguns empregados ouvimos um enorme estrondo vindo do quarto da rainha e corremos lá para vê o que era, mas quando chegamos lá à porta estava trancada, mas trancada por dentro entende? Então a porta se abriu sozinha e encontramos a rainha no chão e a peguei e coloquei sobre sua cama...
- Você veio até aqui para me dizer que a rainha caiu da cama. E acha que isso é algo terrível?
- Não é só isso! A rainha estava com sangue nos olhos! Depois fui até o consultório do medico real e ouvi uma conversa dele com alguém muito estranho, a voz não me era familiar. Ouvi apenas um pedaço da conversa, falavam baixo demais e ainda tinha uma porta de granito de vermello atrapalhando!

Pedaço da conversa de Crewbe com o medico real

(...)

- A magnífica Zhana já terminou o serviço que você não conseguiu terminar! – Disse Crewbe
- Então quer dizer que a rainha esta morta?
- Claro! A magnífica Zhana não faz serviço mal feito assim com você, mortal insignificante! Eu achei melhor acabar com a sua vida logo, já que você não cumpriu o seu dever e Zhana lhe pagou corretamente. Mas a magnífica tem um coração tão puro e cheio de amor que ainda acha você útil para a concretização de seu plano!
- O que ela quer de mim agora? Ela já não conseguiu afastar o rei do Grande Reino e matar a rainha, o que mais ela quer?
- Ainda tem aquela criança, Sophia é perigosa e pode acabar com os planos de Zhana.
- Ela quer que eu a mate?
- Não! Sophia pode ser perigosa, mas também é importante para os planos...

(...)

- Você não conseguiu ouvir mais nada? – Perguntou Edwim
- Não consegui, estava muito difícil por causa da porta. Então vai mandar ou não os soldados irem atrás do rei?
- Não se preocupe, já mandei dez dos meus melhores soldados para a terra das Grandes Areias faz alguns dias, é, precisava que o rei voltasse para tratar de assuntos de suma importância, agora devemos nos preocupar com o medico real.
--continua--

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Sophia - 6° parte

- Pois então faça, não tenho medo de você!
- Felicity, Felicity como você é bobinha! – se aproxima de Felicity – Tem certeza do que está dizendo? Você quer saber mesmo do que eu sou capaz?
- Eu já sei do que você é capaz, seu ser inferior e saiba que não me põe medo, meus nervos ficam mais agitados por causa de uma ratazana!
- Agora você conseguiu me tirar do sério! – Zhana levanta as mãos em direção de Felicity e lança contra ela um feitiço – “Avec des larmes sang Machar vie Jusqu'à ce qu'il peut se lever et respirer à nouveau”.
Felicity é lançada contra a parede de seu quarto, fazendo um grande estrondo, levando alguns empregados da casa ir até o seu quarto encontrando a porta estranhamente trancada por dentro. Felicity estava desacordada? Morta? Nem Zhana fez questão de verificar, sua única duvida foi se ela pronunciou o feitiço direito, falar francês não é tão fácil disse ela ao pegar seu querido vassalo Crewbe e ir embora para seu castelo. Assim que Zhana saiu pela janela, a mesma se fechou sozinha e fez com que a porta se abrisse então os empregados entraram e viram que a rainha estava caída no chão, um deles a levantou e a colocou novamente na cama. Assim que ele a colocou na cama percebeu algo diferente em seus olhos, que por sinal estavam abertos. O empregado percebeu que eram lágrimas, mas tinha algo diferente na cor. Ele tocou a lágrima estranha e provou o gosto, era sangue! Assustado, o empregado deixou a rainha e correu, desceu as longas escadas que formavam espirais, correu tanto que nem reparou em Sophia e acabou trombando naquele pequeno e lindo ser com apenas cinco anos de idade levando-a ao chão do castelo. Se fosse com qualquer outra criança, este acontecimento seria apenas o estopim para um enorme berreiro desesperado e uma grande punição para o tal empregado.
O empregado assustado e ofegante ajoelhou-se e pediu desculpas à Sophia e também ajudou sua majestade a se levantar.
- Perdão princesa por eu ser um atrapalhado que não olha por onde anda!
- Não se preocupe Maggory, não aconteceu nada! – Sophia dá algumas batidinhas em seu vestido para sair à poeira – Mas porque estava correndo tanto?
Maggory era um empregado muito antigo do castelo, ele é marido de Magda a empregada mestra e pai de Lourenzo.
- Acho que aconteceu algo com sua mãe princesa! – ele respondeu – Eu e mais alguns empregados ouvimos um grande estrondo vindo do quarto de sua e corremos para lá... – Sophia o interrompe.
- Como assim? O que aconteceu com minha? O que houve?
- Chegamos lá à porta estava trancada, mas só que por dentro! Depois a porta abriu sozinha e vimos à rainha caída no chão, eu a peguei e coloquei sobre sua cama e reparei que os seus olhos estavam abertos e deles escorriam lágrimas princesa... Lágrimas de sangue! – disse ele em desespero
O rosto de Sophia ficou corado, então seus olhos se encheram de lágrimas, o esperado aconteceu, Sophia chorou.
Sophia não perguntou mais nada, apenas disse para chamar o médico e avisar o rei, então subiu para o quanto de sua mãe!
--continua--

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Sophia - 5° parte

Então Zhana exalando sua maldade e seu doce cheiro de lavanda, colocou as duas mãos sobre o rosto de Felicity e aproximando seu rosto colocou seus lábios sobre os de Felicity e soprou, fazendo com que aquele ar quente entrasse pela garganta de Felicity e alcançasse o coração! Felicity desperta de repente, empurrando Zhana para trás! Sem saber o que estava acontecendo Felicity se levantou andou pelo quarto e viu somente Zhana e Crewbee! Felicity foi à direção à porta, ainda sem dizer nada, mas não conseguiu abri-la, pois estava trancada.
- Abra esta porta Zhana! Sua bruxa! Eu a ordeno!
- Ah! Minha querida, eu sou uma bruxa, assim como você disse, somos totalmente acima das leis de qualquer reino, principalmente do Grande Reino. E não recebo ordens de uma rainhazinha sem classe como você!
- O que aconteceu comigo? Por que estou me sentindo tão cansada, ah e minha cabeça dói muito! Só consigo me lembrar de que estávamos juntas em um lugar escuro, então eu voltei aqui para meu quarto, e... Não consigo mais me lembrar de nada! O que houve? Ainda não amanheceu. Ou ainda estou naquele sonho?
- Calma Felicity! Não estamos mais naquele “sonho”, e já amanheceu há muito tempo! Você que continuou dormindo querida!
- Dormindo? Como assim? Mas por quanto tempo?
- Uns dois anos, eu acho!
- Dois anos? Mas isso não é possível! Onde está minha filha? E o rei? Onde está meu marido? O que você fez com eles?
- Eu? Um anjo de candura? Fazendo mal a uma pequena criança? Como podes pensar isso de mim? Estão todos bem querida! Sua filha cuidou bem de você! Mas o seu marido, esse aí que me decepcionou um pouco! Sabe, ele simplesmente esqueceu de sua querida filha Sophia para ir atrás de uma cura para o estranho sono da rainha! Oh, como isso é terrível!
- Eu não compreendo! Como pude dormir tanto? A ponto de esquecer de minha família? Diga-me, sabe o que aconteceu comigo?
- Ah, eu sei muito bem o que aconteceu com vossa majestade, e digo mais, eu sei também quem fez isso com você, oh majestade! Pois isso majestade, não foi doença nem tampouco acidente, e seu marido , coitado não sabe disso, e esta aí a deriva, procurando uma cura para a vossa majestade!
- Ora, Zhana sem mais delongas conte-me logo quem fez está maldade comigo?
- Não se exalte majestade, estás tão cansada para ficar alterando o tom de voz, espere contarei quem teve a ousadia de fazer isso com você! E é pra já! Estou que não me agüento!
- Pois não se agüente por muito tempo, quero logo saber quem foi para dar cabo de sua vida!
- Ora majestade, nunca a vi tão determinada assim! Pois então, quem colocou a vossa majestade em longos sonhos foi nada mais nada menos do que... A minha pessoa! Eu mesma! A personificação do mal!
- Como teve coragem Zhana?
- A, por favor, nem foi tão grave assim! Você só dormiu um pouquinho... O que são dois anos dormindo? Isso rejuvenesce querida!
- Sua louca! Zhana você não sabe do que sou capaz!
- Pois é aí está algo que eu queria saber... Do que você é capaz? Bom mais nós não temos tempo pra isso, venha você está atrasada!
- Como assim? Atrasada pra que? Não sairei daqui sem antes ver minha filha!
- Ora, não temas... Verás sua filha...
- Está bem! Para onde queres me levar, ser horrendo?
- Olha aqui, você acha que me elogiando assim vai conseguir algo? Felicity te levarei para meu castelo onde ficará presa por toda sua vida!
- Só isso? Pensei que como você é uma bruxa, sabe cheia de poder! Poderia fazer algo pior!
- Está duvidando de mim?
- E se eu estiver? O que irá fazer?
- Nada! Não preciso provar nada a você! – Zhana pega no braço de Felicity e a puxa com força – Venha, temos que ir agora!
- Não vou a lugar algum com você, bruxa maldita! Quero minha filha e quero agora!
- Ah! Você não me obrigue fazer aquilo que eu estou pensando fazer...
-continua-

Sophia - 4° parte

- No mesmo momento, mas no castelo de Zhana, no mais profundo e obscuro interior da floresta púrpura –.
- Ah! Crewbee, eu quase peguei o colar daquela sonsa da Felicity! Ele estava a poucos centímetros da minha mão...
- Mi Lady, e por que você não pegou?
- Você sabe que eu não posso fazer isso! Ele tem que ser dado a mim, de bom grado e colocado por mãos de um coração puro no pescoço daquele que... E blá- blá- blá, você sabe, a história que nunca se ouviu falar!
- Conheço sim Mi Lady! E conheço muito bem, e sei que essa peça rara se cair em mãos erradas pode acabar com os nossos... Quer dizer, os seus planos!
- Que plano o que, rapaz? Eu ajo por impulso! Querido, venha cá, me escute! Não vai ser uma sonsa e uma criança burra que vão conseguir me impedir! Elas nem ao menos sabem manusear aquele artefato raríssimo, e isso é um ponto a favor, não é? Agora sai daqui e me trás um chá, preciso desestressar!
- Sim, Mi Lady!
- Se elas estão achando que vão ficar com aquele colar, elas estão enganadas. Ele é meu por herança! Crewbee onde está meu chá?
Mais um dia amanhece e mais um dia as pessoas acordam! Menos uma, a mãe de Sophia! A rainha Felicity, como era de costume levantava bem cedo, aos primeiros raios de sol a atingir e acabar com a escuridão da noite ela já estava de pé, porém esta manhã ela não se levantou! E assim permaneceu o dia todo, não se levantou, nem se quer fez algum esforço para abrir os olhos!O rei resolveu então chamar um médico, que nada soube fazer diante daquilo. O rei chamou vários outros médicos e pouco fizeram por Felicity...
- Dois anos depois-
Sophia estava crescida, já tinha cinco anos de idade! Passou dois anos de sua vida sem a mãe por perto para te dar algum conselho ou lhe contar alguma historia! O pai, rei Valeiro V, passava as noites acordado chorando ou então dias fora de casa procurando alguém ou alguma coisa para fazer Felicity despertar de seu sono profundo! Por isso Sophia também passou estes dois anos sem seu pai por perto. Digamos que a vida não foi nem um pouco justa com ela, se isso fosse uma história trágica, mas não é! A tristeza que Sophia deverei ter sofrido foi convertida a risos, um pouco de terra e arranhões! Sophia, embora não esquecido sua mãe naquele profundo sono e seu pai dias e dias à procura de uma cura para isso, não deixou de ser criança! Foi em tal momento de sua vida que ela conheceu Lourenzo, o filho da empregada mestra. Magda era como uma tia, aquelas bem grandes e fofas que adoram crianças. Ah! Sophia adorava Magda e principalmente seus doces, em especial seus pequenos bolos de morango com açúcar! Uma delícia! Lourenzo e Sophia eram quase da mesma idade, com diferença de um ano mais ou menos! Tornaram-se bons amigos de cara, nada com perfeição é claro! Alguns tapas e puxões de cabelo vieram acompanhando, mais apenas adocicou esta amizade, tonando-a viva e forte!
Lourenzo foi o primeiro e único amigo de Sophia, ela conhecia pouca gente! Sabia que tinha primas, mas nunca às conheceu. Então Lourenzo esteve presente em quase todos os acontecimentos na vida de Sophia.
Completou então dois anos e dois meses que a rainha Felicity tinha caído em sono profundo! O pai de Sophia estava em outra viagem à procura de uma cura para Felicity, quando em uma noite bem fria, porém iluminada por estrelas e uma lua cheia, Felicity estava só seu quarto, estava ali estirada na cama onde ela e o rei dormiam então ao som de trovões e brilhos de relâmpagos o céu escureceu e começou a chover e ventar muito forte! Um sopro de vento fortíssimo abriu a janela do quarto de Felicity, fazendo com que o vento e a chuva entrassem no quarto, não somente o vento e a chuva, mas também outras coisas... Tais como Zhana e Crewbee. Entram cambaleando quase caindo! E como sempre Zhana estava bem vestida, elegantíssima e totalmente cheirando a lavanda!
- Pronto! Chegamos Crewbee! Agora desgruda da minha perna! Como consegue ser tão inconveniente desse jeito. Oh! Por Merlin! Ali está ela! Venha vamos até ela! – Zhana e Crewbee se aproximam de Felicity – Olha, como você envelheceu querida, quem disse que dormir faz bem estava totalmente enganado! Não é Crewbee?
- Mas Mi Lady, ela só está assim por que você está roubando a juventude dela!
- Ah, eu sei seu estúpido! Você não pode ser sei lá... Um pouco mais legal? Sabe! Eu sou uma pessoa má, sim eu sou, mas também gosto de sorrir um pouco, sabia! Seu grosso! Bruxas também têm sentimento, claro que são os piores possíveis, mas temos! Agora sai, está na hora de Felicity acordar!
-- continua --

Sophia - 3° parte

Felicity foi para o seu quarto. Abriu a porta e viu que o rei já estava dormindo, por isso fez o menor barulho possível. Então Felicity foi se preparar para dormir, vestiu uma camisola e entrou no banheiro. Abaixou para lavar o rosto e ao levantar percebeu que não estava mais no banheiro do castelo. Felicity estava em um lugar frio e sombrio, embora ela percebesse que o lugar lhe era familiar, não conseguia lembrar! Felicity estava sentada em frente a um espelho oval grande que era preso a uma linda penteadeira de madeira com detalhes em marfim! Ela ficou parada alguns instantes olhando e tocando aquela penteadeira, era muito parecida com a que ficava no quarto de Sophia. Passando a mão por cima daquela penteadeira ela encontrou um objeto familiar para ela, uma escova de prata! Exatamente igual à de Sophia, inclusive o grande e brilhoso “S” que era gravado no cabo da escova, porém ela também encontrou outro objeto que não era familiar aos seus olhos, um colar, que possuía um pingente indecifrável, ela não conseguiu identifica-lo, mas este pingente brilhava muito! Felicity pegou o colar e ficou segurando, e começou a lembrar do acontecimento naquela tarde.

Felicity apoiou os cotovelos sobre a penteadeira e pos sua cabeça nas mãos, e ficou se perguntando o porquê de estar ali, naquele lugar! De repente ela começou a ouvir uma linda gargalhada, ela olhou para trás e não viu ninguém, então ela olhou para o espelho e refletido no espelho ela viu uma garotinha muito parecida com Sophia, só que um pouco mais velha, correndo em direção de um homem de braços abertos, mas não dava para reconhecer o rosto daquele homem. O tal homem do reflexo, contou algo para aquela garotinha, que imediatamente parou de sorrir, seu rosto empalideceu e lágrimas começaram descer de seus grandes olhos. Felicity percebeu que aquela garotinha não tinha recebido uma boa noticia, percebeu também que aquele homem também chorava. Então sussurrou:

- O que deve estar acontecendo com aquela família?

De repente Felicity ouviu alguém falar, atrás dela!

- Eles tiveram uma grande perda! Digamos que alguém em especial se foi...

Felicity olhou para trás, e viu Zhana! Com todo seu terror e maldade. Zhana se aproximou, e continuou:

- Esta família foi abalada por uma tragédia, oh, tão terrível – disse ironicamente – Um familiar muito querido “foi dessa para melhor”, se é que você me entende!
- Como assim? Algum parente foi embora? Porque tantas lágrimas?
- Vejo que você não me entendeu! Minha querida... – disse colocando as mãos sobre os ombros de Felicity -... A mãe dessa criança estúpida e que consequentemente é esposa daquele frouxo, morreu. E como você percebeu, ela era muito amada. É sempre assim! As pessoas amadas se vão cedo demais! Acho que você sabe bem disso, não é Felicity? Mas não se preocupe minha ir... – Zhana parou de falar, pois percebeu que na mão de Felicity tinha algo brilhando intensamente – Ah! Mas o que é isso em sua mão querida? Deixe-me ver!

Felicity estendeu a mão para entregar o colar para Zhana. Mas ela nem chegou a tocá-lo, o lugar onde Felicity e Zhana estavam, foi dominado por uma intensa luz vinda do colar! Poucos segundos depois, Felicity acordou e percebeu que estava deitada no chão do banheiro e com uma enorme dor de cabeça, se levantou, já era tarde. Felicity lembrou do que tinha acontecido há pouco tempo, pensou que era um sonho estranho, até que sentiu algo em sua mão, ela não queria ver, não queria que aquilo tivesse acontecido, mas foi inevitável, ela viu e estava lá o colar, que brilhava tanto, mas que naquela hora seu brilho estava apagado.
-- continua --

Sophia - 2° parte

Crewbee deu alguns passos à frente, então os guardas que tinham ouvido a bruxa falar sobre estátuas, recuaram! E a cada passo de Crewbee para frente, era um deles para trás. Então o rei vendo o que estava acontecendo, impôs sua autoridade:

- Em guarda homens! Não permita que esta criatura horrenda se aproxime!

Obedecendo às ordens do rei os guardas pararam de recuar e avançaram contra Crewbee, Zhana soltou uma aguda e alta gargalhada, Crewbee estralou os dedos e uma grande e densa nuvem de fumaça tomou o lugar. Quando a fumaça baixou, alguns guardas estavam paralisados e transformados em mármore. Os que ficaram ilesos soltaram as armas e correram.
Então, o povo que ali estava para a comemoração do terceiro aniversário de Sophia viu a face de um rei assustado, porém, disposto! Valério vendo a tal situação retirou da bainha sua espada, e quem conhece, sabe o poder que a espada possui, então ele apontou a tal espada pra Crewbee, e disse:

- Mais um passo e o corto ao meio, e você nem sentirá a lâmina fatiando seu corpo, ser repugnante!

Crewbee parou e deu uma risadinha de deboche! Enquanto Zhana andava de um lado para ou outro batendo palmas e elogiando o rei:

- Parabéns Alteza! Tal encenação quase me deu medo, realmente é um rei de talento, porém talento Alteza, não vai me impedir de fazer o que eu vim fazer!

O rei abaixou a espada a guardou na bainha, e perguntou em um tom de voz um pouco tremulo, perguntou:

- E o que veio fazer aqui? Não foste convidada e nem ao menos é bem-vinda nesta Casa! Se veio fazer algum mal a Sophia, saiba que não permitirei!
- Me poupe destes discursos de contos de fadas, sou uma feiticeira moderna, não jogarei nenhum feitiço para que sua linda filha vire um monstro verde ou durma cem anos, não sou assim! Vim aqui por que quis ver se era verdade o que estavam dizendo por aí, que esta criança era a mais linda de todas e a mais encantadora! - vira de costa para o rei e dá alguns passos - Vejo que me arrependi de ter gasto meu tempo vindo aqui, ela não é mesmo o que todos dizem ser! Vamos Crewbee, vamos sair deste lugarzinho medíocre! Estou louca para chegar em casa e tomar um chá! - virando-se novamente para o rei, levanta os braços sobre a cabeça e bate as mãos - Adeus! - disse ela desaparecendo em uma cortina de fumaça negra.

Então tudo voltou ao normal! Até os guardas petrificados! Mas a feição do rei não era a mesma. Ele estava preocupado e com medo, não sabia se ficava atento ou tranqüilo diante do recente acontecimento! Não sabia se Zhana falara a verdade ou estava preparando algo de ruim para sua família! A festa de aniversário acabou até mesmo o acontecimento tinha caído no esquecimento do povo que ali estava! A noite caiu e a família real, como era de costume dormiam. A mãe de Sophia, a rainha, Felicity, a preparou para dormir, enquanto contava uma história para que Sophia pegasse no sono, Sophia perguntou:

- Mamãe, aquela “bluxa” jogou um feitiço em mim?
- Não minha filha, não se preocupe aquela bruxa não lhe fez e não lhe fará mal algum! - respondeu a mãe, sem saber se estava certa! - Agora durma querida, amanhã você tem um dia longo pela frente! - deu um beijo nas bochechas rosadas de Sophia e saiu do quarto, deixando a porta entre aberta para que a luz do corredor entrasse no quarto.
-- continua --

Sophia - 1° parte

Era uma vez... Não sei por que, mas assim que começa esta história!

Em uma linda manhã de outono, sim, outono, por que princesas que nascem na primavera são um pouco musicais as que nascem no inverno um pouco más, digamos assim, e as que nascem no verão um pouco... Como posso dizer, são excessivamente eufóricas! Então, Sophia nasceu em uma manhã de outono, onde folhas caíam, sim, muitas folhas caíam!

Sophia era o nome da princesa! Ah, Sophia teve o nascimento mais lindo do reino, pássaros cantarolavam e todos já sabiam do nascimento da pequena Sophia, embora não tenha chorado ao nascer, soltou uma linda risada, que encantou a todos que ouvira o doce som que saiu de suas pequenas e frágeis cordas vocais recém estimuladas... Colocaram este nome, Sophia, como homenagem a querida e já falecida mãe de seu pai, o rei Valério V!
A pequena criança tinha uma cabeleira indefinidamente encaracolada e de cor aparentemente castanho claro, pois sob os reflexos do sol, pareciam finos fios de ouro, uma boca desenhada e pintada à mão, maçãs do rosto rosadas e olhos, sim ela tinha olhos, grandes e belos, e da cor do mel! Sim, o mel brilhante e dourado! Sua risada encantava muita gente, era sua marca, um registro! Ela era invejável, e como sempre, nessas histórias o que se torna invejável gera um grande conflito com forças obscuras... Nessas histórias nada pode se tornar invejável, isso é um perigo para a paz no reino, mas isso era inevitável, Sophia já tinha causado isso em tipos ruins de pessoas, conhecidas por aí como feiticeiras do mal ou então, pra ser mais exato, bruxas! Quer dizer, bruxa, nesse caso uma só, mas que valia por muitas, acredite é a mais pura realidade, maldade de alto nível!

Sophia, linda Sophia, estava completando três anos da mais pura e bela existência na terra, quando em meio a um tumulto particularmente proposital aparece um ser terrível, medonho, que exalava maldade e também um doce perfume de lavanda, então, caminhando em trevas foi na direção da família real. Tinha uma bela aparência, bem vista aos olhos, estava vestida de um longo vestido vermelho bordô com rendas, esta não era sua vestimenta cotidiana, era só um vestido de festa, não é só por que ela era uma bruxa, que tinha que se vestir mal! Tal pessoa que acabara de aparecer do nada era conhecida e temida, claro, como Zhana! Um terrível ser maligno e perverso, que morava em algum lugar no extremo fundo da floresta púrpura, que de púrpura só mesmo o nome! Era acompanhada sempre por um pequeno ser, extremamente estranho, tinha baixa estatura e era meio corcunda, suas vestimentas eram trapos, sujos e rasgados e ele exalava um odor terrível, Zhana o chamava de Crewbee! Porém, mesmo pequeno e corcunda, os que o conheciam não o subestimava, ele era dotado de uma grande inteligência e também do poder de transformar coisas em pedras de mármore!

Então Zhana foi à direção da família real, no mesmo instante os guardas fecharam o caminho, colocando em sua direção lanças bem afiadas! Soltando uma gargalhada terrível e medonha, Zhana aponta para os guardas e diz em voz alta:

- Querido rei, não se preocupe! Não vim aqui para fazer mal a esta pequena geringonça que vocês chamam de filha! E eu que pensei que ia encontrar algo de bom agrado para os meus olhos, chego aqui, e encontro um bebê que sorri! Faça-me o favor! – debocha Zhana – Crewbee venha cá, diga-me o que acha desta criaturinha? Anda! Responda-me, e seja sincero!
- Mi Lady, pardonne moi! Mas eu não consegui observá-la, está distante do meu campo de visão!
- Ah! Esqueci desse detalhe, você pode ouvir muito bem, mas sua visão é péssima! Essa sua raça não tem jeito. - Então Zhana apontou para Sophia e sussurrou – Vá até ela, chegue bem perto, e depois você me diz, embora eu já saiba a sua opinião, mas quero ouvir de você!
- Mas... E os guardas?
- Transforme-os em estátuas se necessário, sei do que é capaz, meu pequeno ser maligno! - Disse ela em voz alta.
--contnua--